quinta-feira, 31 de março de 2011

Quinta Dobrada (03): De onde vem as boas idéias & Adesivo desligável

Na nossa coluna dobrada de hoje, eu apresento um vídeo inspirador apontando a origem das boas idéias e mais um projeto baseado em Biomimética, aquela disciplina de nome esquisitão mas que rende frutos notáveis e que vai tema de um workshop em maio, no Parque Nacional de Itatiaia.  Vamos nos divertir!


A origem das boas idéias

Você pensa que é só sentar (ou deitar ou etc.) e ter idéias mirabolantes?  Então assista ao vídeo a seguir e avalie quanto tempo pode estar sendo desperdiçado com uma crença limitante...



Por outro lado, agora vocês podem começar a entender a importância do Projeto Yellow Submarine, de Conclaves Criativos no Cyberespaço, uma vez que o acaso favorece a mente conectada...









Adesivo desligável poderá permitir andar pelas paredes
Será possível que um dia os humanos andem pelas paredes, como as lagartixas ou o Homem-Aranha?
Um novo aparelho, cujo efeito adesivo pode ser ligado e desligado, acaba de ser construído por engenheiros da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos. Ele ainda não é capaz de suportar uma pessoa, mas pode ser uma esperança para quem sonha em trocar a lâmpada sem precisar de uma escada.

Segundo os pesquisadores, o mecanismo de adesão rápida e desligável - que funciona com base na tensão superficial da água - poderá levar a aplicações como sapatos ou luvas que grudem e se soltem das paredes ao comando do usuário, ou a adesivos do tipo Post-It capazes de suportar pesos.

O projeto do aparelho de adesão foi inspirado em um besouro endêmico no estado norte-americano da Flórida, que gruda nas folhas com uma força capaz de sustentar 100 vezes o seu próprio peso. E é capaz de soltar-se instantaneamente.

O dispositivo consiste de uma placa circular plana na qual são feitos furos perfeitamente espaçados, cada um com alguns micrômetros de diâmetro. Embaixo dessa placa é colada uma camada de material poroso. Por fim, na base, vai um reservatório de água.  Um campo elétrico aplicado por uma bateria comum de 9 volts, do tipo usado em brinquedos de controle remoto, bombeia a água através do dispositivo, fazendo com que a água se comprima contra a camada superficial - sem fazê-la jorrar, com uma força suficiente apenas para que formem-se saliências de água nos pequenos furos.

A tensão superficial da parte exposta das gotas de água, que se projetam ligeiramente acima da superfície da placa porosa, é suficiente para que o dispositivo grude em outra superfície - o fenômeno é o mesmo que ocorre se você juntar duas placas de vidro molhadas.  "Na nossa experiência diária, essas forças são relativamente fracas," diz o professor Paul Steen, um dos idealizadores do invento. "Mas se você construir vários [desses buracos com água] e puder controlá-los, como o besouro faz, você pode obter forças de adesão muito fortes."

Por exemplo, um dos protótipos, contendo cerca de 1.000 furos, com 300 micrômetros cada um, pode suportar 30 gramas - algo como 70 clipes de papel.  Os experimentos demonstram que, quando os buracos ficam mais estreitos, e mais deles são feitos na superfície, a força de adesão se torna mais forte.
Com isto, os cientistas estimam que um dispositivo com 1 centímetro quadrado, dotado de furos com 1 micrômetro de diâmetro cada um, poderá suportar 2,7 quilogramas.

Para desligar a adesão, basta inverter o campo elétrico, fazendo a água fluir de voltar para o reservatório. Quando as gotas salientes desaparecem de volta no interior dos furos, quebram-se as minúsculas "pontes" criadas entre cada uma das gotas e a superfície onde o dispositivo permanecia grudado, e ele se solta.
Os planos agora são de construir protótipos em escala maior e aperfeiçoar o mecanismo de bombeamento - com um maior controle sobre a altura das gotas que se projetam a partir da superfície da placa perfurada será possível obter forças de adesão ainda maiores.

Os pesquisadores planejam também recobrir as gotas com membranas muito finas - finas o suficiente para serem flexionadas pela força do bombeamento, mas grossas o bastante para eliminar o efeito de se molhar a superfície onde o dispositivo adere.  Segundo eles, o líquido encapsulado também poderá exercer forças simultâneas, como se fossem minúsculas punções, uma espécie de furador retrátil.

Extrapolando os cálculos dos cientistas, é fácil ver que uma placa com 25 centímetros quadrados seria teoricamente capaz de suportar um homem de 70 quilogramas - desde que a superfície onde ele quisesse aderir fosse lisa como o vidro.  Mas esta certamente não será a única dificuldade, uma vez que os problemas surgem quando se tenta ampliar a escala de qualquer dispositivo. Os candidatos a Homem-Aranha talvez tenham que esperar um pouco mais.

Contudo, a força alcançada já é mais do que suficiente para sustentar pequenos robôs escaladores. O próximo passo da pesquisa, isolando as gotas de água com uma membrana, pode ser o passo que falta para que robôs-aranha ou robôs- lagartixa tornem-se viáveis.

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Comecem a esquentar vossos neurônios!  O Workshop de Biomimética promete!!!

quarta-feira, 30 de março de 2011

O Design está aqui! (09): Aula inaugural da USP & História em Quadrinhos Web

Hoje temos uma aventura muito especial: eu e o professor Moacyr Ennes, respectivamente o Avatar e o Capitão do CMYK - Coletivo de Design, vamos levar os estudantes de Design do UniFOA que participam do Projeto VIDU (Veículo Inteligente de Distribuição Urbana) para a aula inaugural do curso de Design da Universidade de São Paulo (USP).  Temos também, nesse post, um caso interessante de Histórias em Quadrinhos na Internet.


Aula Inaugural do Curso de Design da USP
Nosso querido amigo e velho companheiro de jornada, o professor Marcos Braga, da USP, foi quem levantou a bola e nós prontamente demos "aquela cortada"!  Hoje acontece a aula inaugural do curso de Design da USP e o foco vai ser a História do Design Automobilístico Brasileiro, apresentado pelo melhor expoente do setor, além de uma figura ímpar e queridíssima no meio.

A palestra será dada pelo professor Ari Rocha, gênio criador do projeto da Brasília (Volkswagen) e do Aruanda (DKW/Fissori), sendo que este último veículo está sendo esperado com grande expectativa no campus da universidade.  A viagem será uma forma de contemplar a dedicação da nossa equipe de pesquisa e desenvolvimento desse projeto inovador, um caminhão leve para ser lançado em 2020.

Na postagem da semana que vem, apresentarei os registros da nossa visita!


Alemão desenvolve formato de HQs próprio para internetUm designer gráfico alemão lançou com êxito uma história em quadrinhos com formato próprio para a internet. Gratuita e disponível em quatro línguas, as HQs já foram lidas por mais de 370 mil pessoas. Daniel Lieske, designer gráfico de 33 anos, é o criador de The Wormworld Saga (em tradução literal, "A saga do mundo dos vermes"), uma revista em quadrinhos de acesso gratuito, que está na internet há seis semanas. Ela conta a história de Jonas, um menino órfão de mãe, que cresce no final dos anos 1970 na Alemanha. Em um verão, na casa de sua avó, ele atravessa um quadro de parede, entra em um mundo fantástico e vive grandes aventuras.

O original da história, no entanto, não é necessariamente a trama, mas sim a forma como Lieske conta a história. "Há uma série de quadrinhos na internet. Mas o especial de "A saga do mundo dos vermes" é o seu formato. Na maioria dos quadrinhos na internet o leitor tem que clicar para avançar de uma página para outra. Isso porque os quadrinhos se financiam por meio da publicidade, que deve ser visível a todo o momento e volta a aparecer em cada nova página", explica Lieske.

No entanto, a maneira mais natural de contar e ler algo na internet é, segundo o artista, ir lendo de cima para abaixo, quer dizer, rolando a barra vertical do navegador. O quadrinho vai, então, se desenrolando praticamente como um pergaminho diante do usuário. Este foi o formato escolhido por Lieske para a sua "novela" gráfica.

"Até o momento, financio o projeto graças ao meu trabalho, em tempo integral, em uma companhia que desenvolve jogos de computador. Trabalhei durante todo um ano para fazer o primeiro capítulo, usando as minhas horas livres. Atualmente é um hobby, mas algum dia espero poder viver só desse trabalho. A grande repercussão que a história teve nas seis semanas que está online me faz pensar que isso pode acontecer em um futuro não muito distante", disse o artista.

Já que ainda não pode viver da sua arte, Lieske está buscando maneiras de, pelo menos, recuperar o dinheiro investido. É dessa forma que, na página da história em quadrinhos, o leitor encontra um botão virtual pelo qual é possível realizar doações em dinheiro para o autor.  Além disso, há uma loja virtual onde é possível comprar desenhos de Lieske e, dentro de pouco tempo, será disponibilizado também um aplicativo para telefones celulares.

Mesmo que Lieske não seja um designer tradicional de história em quadrinhos, ele tem bastante experiência no assunto. Desde criança ele já criava suas primeiras HQs, que eram vendidas no pátio de sua escola. Hoje ele segue trabalhando com o lápis na mão, porém utiliza um lápis digital e uma prancheta gráfica. O movimento das mãos e os traços são transmitidos diretamente para o computador.

O primeiro capítulo de "A saga do mundo dos vermes" pode ser lido em alemão, inglês, espanhol e russo. As distintas versões só são possíveis graças ao trabalho voluntário dos seus seguidores. Ele disse que a versão em espanhol foi traduzida em grande parte pela esposa, que é espanhola. Lieske tinha muito interesse que a obra tivesse uma tradução espanhola.

"Em primeiro lugar, porque há muitos falantes de espanhol no mundo. Mas também porque, desta maneira, meus parentes na Espanha, Argentina e Chile podem ler a saga em seu próprio idioma", disse. Segundo o autor, a versão espanhola está localizada, por isso, "em um lugar privilegiado na página, imediatamente após a inglesa e, inclusive, antes da versão em alemão".

Daniel Lieske preferiu distribuir sua história gratuitamente na internet a publicá-la através de uma editora de HQs. Uma publicação tradicional impressa em papel teria alcançado, na melhor das hipóteses, cerca de 10.000 leitores. A versão online já foi lida, até o momento, por 370.000 usuários: um êxito muito grande com o qual o artista não contava.

Embora o gráfico se utilize de novas mídias e seu trabalho seja influenciado por jogos de computador, Lieske disse que sua principal fonte de inspiração é o cinema. Filmes como Indiana Jones, de George Lucas, e O Cristal Encantado, de Jim Henson, marcaram seu sentido estético e seu imaginário.   A saga do mundo dos vermes está concebida como uma trilogia e cada uma de suas partes contará com 15 capítulos. Enquanto tiver condições de se dedicar ao seu passatempo predileto, o autor prevê que poderá produzir quatro capítulos por ano. Isto significaria que, em uns 10 ou 15 anos, a saga estaria completa. Segundo Daniel Lieske, "um bom prognóstico".

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E aí, designers?  Que tal se inspirar nesse exemplo e usar o Projeto Yellow Submarine como ponto de convergência de forças?

terça-feira, 29 de março de 2011

O Mundo do Futuro, hoje (42): Engenheiros transformam ruido em visão



Na semana passada, em mais um de meus papos conceituais sobre inovações e onde poderemos chegar em breve, eu apresentei o vídeo do Projeto Prometheus e falei dessa inovação que ora vos apresento.  Se você assistiu a minha aula, leia e veja com mais clareza sobre o que eu estava me referindo.

Engenheiros transformam ruido em visão
Uma nova técnica capaz de criar imagens nítidas de objetos escondidos poderá um dia permitir que os pilotos enxerguem além da neblina e os médicos vejam mais precisamente o interior do corpo humano sem a necessidade de uma cirurgia.  Desenvolvido por engenheiros da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, o método baseia-se na surpreendente possibilidade de aumentar a nitidez de uma imagem usando os mesmos raios de luz que normalmente borram a imagem, fazendo-a ficar irreconhecível.

"Normalmente, o ruído é considerado uma coisa ruim," afirma Jason Fleischer, um dos criadores da nova técnica. "Mas às vezes o ruído e o sinal podem interagir, e a energia do ruído pode ser usada para amplificar o sinal. Para sinais fracos, como imagens distantes ou muito escuras, na verdade a adição de ruído pode melhorar a sua qualidade."  Para demonstrar isto, os pesquisadores restauraram uma imagem obscurecida em um padrão claro de números e linhas. O processo equivale a melhorar a recepção de TV usando a parte do sinal de transmissão que dá o chiado ou a interferência às imagens.

A capacidade de amplificar sinais dessa forma pode ser utilizada para melhorar uma ampla gama de tecnologias baseadas na transmissão de sinais, incluindo os ultrassons que os médicos utilizam para ver imagens dos bebês ainda no útero e os sistemas de radar que os pilotos usam para navegar através das tempestades.  A técnica também abre caminho para tecnologias como óculos de visão noturna, inspeção de estruturas submarinas, como oleodutos ou pilares de pontes, e até na esteganografia, a prática de mascarar sinais para fins de segurança.

Em seu experimento, Fleischer e seu colega Dmitry Dylov primeiro disparam um feixe de laser através de um pequeno pedaço de vidro gravado com números e linhas, semelhantes aos cartões utilizados pelos oftalmologistas.  O laser "imprimiu" a imagem dos números e das linhas em um receptor conectado a um monitor de vídeo, que exibiu claramente o padrão.  A seguir, eles colocaram um pedaço de plástico translúcido entre o vidro e o receptor.

O plástico dispersou a luz do laser antes que ela chegasse ao receptor, tornando o sinal visual tão cheio de ruído que os números e as linhas do padrão tornaram-se irreconhecíveis no monitor, de maneira parecida com o que acontece quando a fumaça ou a neblina obstruem a visão de uma pessoa.  A parte essencial da experiência veio quando Fleischer e Dylov colocaram outro objeto no caminho do feixe de laser.

Exatamente na frente do receptor, eles montaram um cristal de niobato de estrôncio e bário (SBN), um material que pertence a uma classe de substâncias conhecidas como "não-lineares" por sua capacidade de alterar o comportamento da luz de forma estranha - neste caso, o cristal não-linear mistura diferentes partes da imagem, permitindo que o sinal e o ruído interajam.  Ajustando uma tensão elétrica sobre o cristal de SBN, os pesquisadores conseguiram de "sintonizar" uma imagem nítida no monitor.

O SBN reuniu os raios que tinham sido espalhados pelo plástico translúcido e usou sua energia para aumentar a nitidez da tênue imagem de linhas e números.  "Nós usamos o ruído para alimentar os sinais," afirma Dylov. "É como se você tirasse uma foto de uma pessoa no escuro, e nós aumentamos o brilho da pessoa e tornamos o fundo mais escuro para que você possa vê-la. O contraste faz com que a pessoa se destaque."

A técnica, conhecida como "ressonância estocástica", só funciona com uma quantidade determinada de ruído, já que o excesso pode sobrecarregar o sinal.  Com base nos resultados de sua experiência, Fleischer e Dylov desenvolveram uma nova teoria sobre como os sinais cheios de ruido movem-se através de materiais não-lineares, combinando conceitos das áreas de física estatística, teoria da informação e óptica.
Agora eles planejam incorporar sua técnica de processamento de sinais para melhorar a clareza das imagens no campo do imageamento médico, incluindo os exames que usam o som e o ultrassom em vez da luz.

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Quem sabe se essa inovação não poderia ser aprimorada e utilizada para restaurar a visão plena de pessoas com deficiência visual?  Vamos pensar a respeito, designers?
 

segunda-feira, 28 de março de 2011

Brasil, o País do Presente (68): Biodiesel de Café?

É isso aí mesmo!  O nosso popular cafezinho pode, além de nos proporcionar deleite (perdoem o trocadilho infame) virar combustível para os possantes bólidos que trafegam por esse país de dimensões continentais.  Não acredita, então leia o texto abaixo!

Cientistas da USP produzem biodiesel da borra de café

Cientistas da USP demonstraram que é possível usar a borra de café - o que resta do café em pó depois que ele é coado - para a produção de biodiesel.  O processo consiste em extrair um óleo essencial da borra de café. Este óleo mostrou ser uma matéria-prima viável para a produção do biodiesel.  A produção do biocombustível a partir do resíduo foi testada pela química Denise Moreira dos Santos, em escala laboratorial.

O estudo concluiu que a técnica é adequada para a produção do biodiesel em pequenas comunidades, para o abastecimento de tratores e máquinas agrícolas, por exemplo.  "No Brasil, há um grande consumo de café, calculado em 2 a 3 xícaras diárias por habitante, por isso a produção de resíduo é intensa em bares, restaurantes, casas comerciais e residências.  "O óleo essencial, responsável pelo aroma do café, já é utilizado em química fina, mas sua extração diretamente de grãos de alta qualidade é muito cara", conta a professora.  A borra do café também contém óleos essenciais, que podem contaminar o solo quando o resíduo é descartado no meio ambiente.

O processo de obtenção do biodiesel é o mesmo adotado com outras matérias-primas.  "O óleo essencial é extraído da borra de café por meio da utilização de etanol como solvente," conta Denise. "Após a extração, o óleo é posto em contato com um catalisador alcalino, que realiza uma reação de tranesterificação com a qual se obtém o biodiesel."  As características dos ácidos graxos do óleo essencial do café são semelhantes aos da soja, embora estejam presentes em menor quantidade.

A partir de um quilo de borra de café é possível extrair até 100 mililitros de óleo, o que geraria cerca de 12 mililitros de biodiesel.  "No Brasil são consumidas aproximadamente 18 milhões de sacas de 60 quilos de café, num total de 1,08 milhões de toneladas, o que irá gerar uma quantidade considerável de resíduos," aponta a professora.

"Todo o experimento para obtenção de biodiesel foi realizado em escala laboratorial", explica Denise, que é professora do curso técnico de Química do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETPS), em São Paulo. "O objetivo da pesquisa é mostrar aos alunos que é possível aproveitar um resíduo que é descartado no ambiente para a produção de energia".

Segundo a professora, a implantação do processo de produção do biocombustível em escala industrial dependeria de um trabalho de conscientização da população para não jogar fora a borra de café, que seria recolhida para extração do óleo.  "Sua utilização é indicada para pequenas comunidades agrícolas, que produziriam seu próprio biodiesel para movimentar máquinas", sugere.

Denise lembra que em algumas fazendas de café, a borra é armazenada no refrigerador para ser usada como fertilizante. "Entretanto, seu uso frequente pode fazer com que os óleos essenciais contaminem o solo", alerta. "O aproveitamento desse resíduo para gerar energia pode não ser uma solução mundial, mas está ao alcance de pequenas localidades".

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Ok, Obama, não precisa nos apoiar, nós conseguimos sozinhos...

domingo, 27 de março de 2011

It's Music! (44): Cry of the Celts

Hoje, inspirado nos papos que tenho tido com meus estudantes de Design no Projeto Yellow Submarine, decidi postar uma música celta bem gostosa.  Vamos voltar aos bons tempos, com os cabelos soltos ao vento e dançando em volta da fogueira!


sábado, 26 de março de 2011

Birinight Oil (41): A estratégia do Kadafi

Para não largar o osso, o ditador líbio aposta no consumo exagerado de alimentos japoneses.  A razão?  Leiam abaixo...

sexta-feira, 25 de março de 2011

O Outro Mundo (30): Apresentando o Projeto Yellow Submarine e suas aventuras

Queridos leitores,

Na nossa coluna semanal sobre mundos virtuais e afins eu apresento casos diversos sobre como esses ambientes vem sendo usados ao longo dos anos, tanto para entretenimento quanto para Educação.

Na semana passada, falei sobre o congresso Virtual Worlds Best Practices in Education, que está em sua 4a edição e apresenta, como diz o nome, as melhores práticas educacionais nestes ambientes.  Infelizmente não pude ministrar a minha palestra, mas outros educadores brasileiros e portugueses com certeza abrilhantaram o evento com a sua participação.

Hoje, para compensar, vamos falar de um novo projeto, surgido há cerca de um mês, que utiliza o metaverso do Second Life: o Projeto Yellow Submarine.


A proposta é promover "Conclaves Criativos no Cyberespaço" usando diversas plataformas, como o Twitter, Orkut, Facebook, Skype e Second Life, sendo este último a ponta de lança pelo seu caráter imersivo e altamente lúdico.

Nesta semana, lançamos os dois primeiros Desafios Y.S.:



Desafio Um: A Fita de Moebius
Criação de padronagens para o interior do VIDU (Veículo Inteligente de Distribuição Urbana) - um projeto conjunto do Curso de Design UniFOA e da Volkswagen - inspiradas nos trabalhos de M.C. Escher.



Desafio Dois: Era Uma Vez
A partir dos trabalhos do ilustrador Jeffrey Scott Campbell, que recriou várias "princesas" dos contos de fadas, a onda agora é fazer uma releitura de outros personagens, destas e de outras histórias do gênero, e gerar estampas para camisetas.

Os desafios estão lançados.  Se você é estudante de Design do UniFOA venha navegar com a gente!  O rum com pólvora, nossa bebida oficial, é fornecida gratuitamente pelo Bar Cuba Libre, do CMYK.  Morra, Fidel!

Para conhecer mais sobre esse projeto, vá até o nosso blog: http://www.yellowsubmarine-cmyk.blogspot.com/

quinta-feira, 24 de março de 2011

Quinta Dobrada (03): Comunicação Corporativa & Manto da Invisibilidade em 3D

Dando continuidade à nossa nova aventura em dose dupla, trago hoje dois temas interessantes.  O primeiro, sobre Comunicação Corporativa, com Márcio Mussarela, eu selecionei para atender à minha turma do 5o período, dividida em "empresas" e que tem como objetivo inicial desenvolver um produto inovador, encantador e formidável sob a égide da Literatura Infantil.  E para eles, assim como para os demais estudantes de Design do UniFOA, saber se comunicar é fundamental!

Na sequência, mais uma inovação tecnológica que mais parece coisa de ficção científica, mas que já existe no mundo real.  Aproveitem sem nenhuma moderação!


Comunicação Corporativa











Manto da invisibilidade agora é 3D e aproxima-se do olho humano
 

Um grupo de pesquisadores da Inglaterra e da Alemanha criou um manto da invisibilidade tridimensional capaz de esconder objetos em comprimentos de onda ópticos, próximos da faixa visível do espectro eletromagnético.

O estudo representa um avanço no campo da óptica de transformação, que utiliza uma nova classe de materiais conhecidos como metamateriais, capazes de guiar e controlar a luz com propriedades que não são encontradas em materiais naturais.

O grupo, coordenado por Tolga Ergin, do Instituto de Física Aplicada do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (Alemanha), utilizou cristais fotônicos com estrutura semelhante à de estacas de madeira para desenvolver uma capa da invisibilidade.  Os cientistas utilizaram o manto para ocultar uma pequena saliência em uma superfície de ouro. A operação funcionou como se um pequeno objeto fosse escondido sob um tapete.

No entanto, nesse caso, o tapete também desapareceu. O "manto" é composto por lentes especiais que funcionam curvando as ondas luminosas para suprimir o espalhamento da luz da saliência.  "Nosso modelo utilizou um cristal fotônico em estaca com polímeros adaptados para esconder uma saliência em um refletor de ouro. As estruturas e controles foram fabricados pela inscrição direta a laser e caracterizados simultaneamente com espectroscopia e com microscopia óptica de campo distante e alta abertura numérica", destacaram os autores no artigo.

Segundo os pesquisadores, as capacidades atuais de nanofabricação continuam a ser aprimoradas, mas é preciso avançar em relação a definir quais nanoestruturas serão capazes de executar uma funcionalidade desejada.  Nesse contexto, a óptica de transformação tem fornecido uma ferramenta científica inovadora, que permite mapear matematicamente as distorções desejadas do espaço para uma distribuição real das propriedades dos materiais ópticos no espaço cartesiano normal.

"Metamateriais não homogêneos adaptados permitem a aproximação dessas distribuições desejadas. As estruturas de manto de invisibilidade podem servir como um fascinante e exigente exemplo de referência para ideias muito mais amplas de transformação óptica", disseram.

Até agora, segundo eles, os experimentos com mantos de invisibilidade com micro-ondas e em frequências ópticas têm sido exclusivamente realizados em geometrias bidimensionais.  Ou seja, essas estruturas são imediatamente visíveis na terceira dimensão. A camuflagem funciona apenas em planos, quando o ângulo de visão é igual a zero em uma direção.

No entanto, segundo os cientistas, essas estruturas têm ajudado a validar os conceitos de óptica de transformação e de metamateriais. "Conseguimos desenhar, fabricar e caracterizar estruturas tridimensionais de manto de invisibilidade utilizando cristais fotônicos em estaca", concluíram.

Do ponto de vista do ser humano, os "mantos da invisibilidade" construídos até agora não tornam os objetos de fato invisíveis, uma vez que esses aparatos funcionam em comprimentos de onda fora da faixa da luz visível.  O dispositivo agora anunciado é o que mais se aproxima de uma invisibilidade prática: ele funciona com comprimentos de onda entre 1,4 e 2,7 micrômetros. O olho humano enxerga comprimentos de onda entre cerca de 0,4 e 0,7 micrômetros (ou 400 e 700 nanômetros).

quarta-feira, 23 de março de 2011

O Design está aqui! (08): Camiseta-musical & Notebook controlado pelos olhos

Na sexta feira passada, eu apresentei alguns vídeos sobre inovações tecnológicas que vão impactar na profissão do designer pelas suas inúmeras aplicações cotidianas.  Agora, vou postar mais duas inovações que vão fazer a galera se divertir muito (e imaginar outras traquinagens, espero!): as camisetas que podem ser "tocadas" como instrumentos musicais.  Para acompanhar tal maluquice maravilhosa, um notebook controlado pelo movimento dos olhos.  Essa, nem os Jetsons tinham...


Camisetas musicais



O site de vendas ThinkGeek, que vende camisetas, gadgets, livros e eletrônicos em geral voltados para o público nerd, lançou uma linha de camisetas tocáveis com som de guitarra e bateria, amplificadores já incluídos, e que reproduzem com fidelidade o som de seus intrumentos.

Apesar destas não serem as primeiras peças de roupas tocáveis da história, as camisetas surpreendem pela versatilidade. Na camiseta guitarra, por exemplo, é possível tocar todos os acordes maiores posicionando somente um dedo no braço, o que torna a peça de roupa um verdadeiro instrumento musical.

"Todos os acordes maiores foram gravados de uma guitarra de verdade e a palheta magnética incluída permite tocar como se fosse em uma verdadeira guitarra elétrica. O mini-amplificador incluido encaixa no seu cinto e é capaz de chegar a um volume bem alto com um ótimo circuito de amplificação", explica o grupo através do site oficial. "O botão de volume também deixa você ajustar o som como em um amplificado de verdade."

A camiseta custa US$ 29.99 (cerca de R$ 50 por aqui), mas com as taxas de envio pode chegar a custar até US$ 43.19 (ou R$ 72). No vídeo acima você pode ver as camisetas em ação na reinterpretação do megahit I Love Rock n' Roll, composta e gravada originalmente pelos ingleses do Arrows mas que foi eternizada na voz de Joan Jett.


Notebook controlado pelos olhos do usuário


 
A empresa sueca Tobii, especializada em controle pelo olho, se uniu a Lenovo para desenvolver 20 protótipos de notebooks com Windows 7 que possuem sensores controlados pelos olhos humanos. As máquinas foram apresentadas na feira de informática e tecnologia “CeBIT”, que acontece na Alemanha.


O notebook permite que o usuário mude de janela e percorra documentos apenas ao piscar os olhos. Henrick Eskilsson, CEO da Tobii, disse que os protótipos marcam um passo importante para levar dispositivos controlados pelos olhos aos consumidores.

Segundo o site “Engadget”, que testou o equipamento, o controle pelo olho funciona muito bem, pois o sistema detecta para onde o usuário está olhando com precisão. Conforme o site, o nível de precisão foi testado em um jogo simples em que o usuário deve explodir asteróides antes que eles atinjam a Terra apenas ao olhar para eles.  A empresa prevê colocar as máquinas no mercado em dois anos.

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E ahy, vamos dar tratos à bola e inovar?

terça-feira, 22 de março de 2011

O Mundo do Futuro, hoje (41): Interface por gestos usa luva colorida e webcam

Na sexta feira passada, exibi alguns vídeos sobre inovações tecnológicas diversas para a turma de Design de Produto do 7o período do UniFOA.  Esses materiais fomentarão discussões, seminários e resultarão em propostas feitas pelos estudantes sobre como usar tais inovações sob a ótica do Design.

Abaixo posto mais uma traquinagem que já está sendo desenvolvida e que deve impactar em breve nas nossas vidas.

Interface por gestos usa luva colorida e webcam
Uma luva colorida e uma webcam. Este é todo o hardware necessário para operar um novo sistema de computação baseada em gestos, criada por um estudante do MIT, nos Estados Unidos.  Outros protótipos de interfaces gestuais já utilizaram fitas coloridas ou reflexivas coladas na ponta dos dedos ou mesmo em luvas.

"Mas isto é informação 2D. Você está usando apenas as pontas dos dedos e nem mesmo sabe que fita corresponde a qual dedo," critica Robert Wang, criador da nova interface, bem mais espalhafatosa.
A luva colorida permite a geração de um modelo 3D da mão na tela do computador, praticamente em tempo real, com uma defasagem mínima. "Este [equipamento] de fato captura a configuração 3D da sua mão e dos seus dedos. Nós sabemos como os seus dedos estão se movimentando," diz Wang.

Foram testados diversos designs de luva, com pontos coloridos e "remendos" de diversos formatos. A versão atual, que apresentou os melhores resultados até agora, possui 20 formatos irregulares, usando 10 cores diferentes.  O número de cores é restrito porque o sistema deve ser capaz de reconhecer cada uma delas com confiabilidade, em diversas condições de iluminação e com diferentes objetos no background da cena.

A vocação da nova tecnologia de interface por gestos são os videogames. Mundos virtuais, por exemplo, permitem que o usuário pegue e manipule objetos usando apenas gestos com as mãos.  Mas Wang afirma que engenheiros e projetistas também poderão usar o sistema para manipular de forma mais intuitiva modelos 3D de produtos comerciais, equipamentos mecânicos ou grandes obras de construção civil - veja a demonstração no vídeo abaixo.




O software de reconhecimento das imagens foi baseado em uma outra pesquisa do MIT, quando Antonio Torralba e seus colegas desenvolveram um algoritmo que reconhece imagens diminuindo sua resolução.  Depois que a webcam captura a imagem, o software retira o background, deixando a luva superposta a um fundo branco. Então o programa reduz drasticamente a resolução da imagem resultante, até atingir 40 por 40 pixels.  Finalmente, ele compara a imagem capturada com uma base de dados contendo centenas de modelos digitais de 40 x 40 pixels, até encontrar aquela que corresponda à posição atual.
Esse mecanismo, que elimina a necessidade de cálculos, retorna uma resposta em uma fração de segundo, praticamente eliminando os retardos no uso da luva.

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Entenderam agora quando eu falei da conexão entre diferentes linhas de pesquisa para resultar em uma inovação?  Quanto mais conhecimento uma instituição de ensino gera e compartilha, mais possibilidades de novos produtos e serviços surgem, engendrados por aqueles que conseguem conectar diferentes visões para resultar em algo novo, necessário e porque não dizer, maravilhoso.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Brasil, o País do Presente (67): Reator fotoquímico inovador

Em tempos de visita presidencial americana, que ao meu ver foi puro proselitismo comercial e diplomático, continuamos dando notícias sobre o que vem sendo feito de excepcional no Brasil e que repercute mais no exterior do que pela mídia bolorenta daqui. 

Mas antes dá só uma olhadinha nesse vídeo do 60 Minutes sobre a nossa querida terrinha e pense a respeito...






Reator fotoquímico brasileiro inova com tecnologia de LEDs
Reatores fotoquímicos são usados, entre outros, na investigação de reações fotoquímicas, nos estudos da fotossíntese artificial e da terapia fotodinâmica, técnica utilizada no tratamento do câncer.  A maior inovação do novo reator fotoquímico é a substituição das lâmpadas fluorescentes por LEDs, uma nova tendência em tecnologia que aumenta consideravelmente a eficácia luminosa do aparelho.

O equipamento nacional foi desenvolvido ao longo de três anos por João Fernando Possato, do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, e Alzir Azevedo Batista, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).  "As vantagens oferecidas pelos LEDs são inúmeras, incluindo menor consumo de energia elétrica, maior durabilidade - os LEDs são até mil vezes mais duráveis do que as lâmpadas fluorescentes - menor geração de calor e, o mais importante, a seletividade luminosa que eles oferecem, permitindo selecionar eletronicamente o LED com pico de emissão luminosa ideal para a reação fotoquímica que se deseja irradiar", afirma Possatto.  Um reator convencional, fabricado na Inglaterra, chega a custar cerca de US$ 5 mil.

O reator convencional exigia que o controle de cada um dos fatores fosse manual: para diminuir ou aumentar a intensidade da luz era necessário reduzir ou aumentar a quantidade de lâmpadas no interior do reator, o que demandava tempo e trabalho. O tempo de funcionamento do aparelho também era cronometrado por ação humana, ou seja, ao fim da reação, o equipamento precisava ser desligado manualmente. "Para uma reação simples, de duas ou três horas, não há grandes transtornos, mas no caso de uma reação demandar doze horas, o que é comum, há problemas", explica Possatto.

Pensando nisso, os pesquisadores planejaram um reator inteligente, controlado eletronicamente.  Já que os LEDs têm a característica de permitir um maior controle do seu funcionamento, Possatto desenvolveu um sistema embarcado no reator, microcontrolado, com uma interface gráfica de fácil utilização para o usuário.

Esse sistema permite a programação eletrônica da intensidade da emissão de luz, a seleção da energia, o tempo de excitação luminosa e monitoramento da temperatura.  Outra vantagem dessa tecnologia é o menor impacto ao meio ambiente. Afinal, a substituição das lâmpadas incandescentes ou fluorescentes pelos LEDs, além de mais eficiência, causa um impacto menor no ambiente.

O aparelho inglês, convencional, é composto por um conjunto de lâmpadas fluorescentes que, por conter mercúrio, acabava contaminando o meio ambiente no processo de descarte.  "Os LEDs são considerados uma tecnologia limpa, reciclável, por isso mais seguros e compatíveis com o projeto Química Verde, que é uma tentativa de reduzir os contaminantes e trabalhar por uma química mais sustentável", explica o professor Batista.

O reator de LEDs está agora em fase de patenteamento e o próximo passo será a fabricação e a comercialização do reator fotoquímico. Os pesquisadores já foram procurados por empresas interessadas: "Estaremos prontos para começar a produção em cerca de seis meses, e estamos iniciando a etapa de procura por parceiros para essa produção," conclui o professor Batista.

*********************
Já que o Obama não vai nos apoiar para que o Brasil conquiste uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU - aquele clubinho de faz de conta dos "amigos da OTAN" - vamos obter o mesmo com a nossa competência e levando outras nações conosco.  Afinal, se o negócio lá se denomina "Organização das NAÇÕES UNIDAS", não dá mais prá ficar só "na mão de meia dúzia", não é mesmo?  Aguardem os próximos anos...

domingo, 20 de março de 2011

It's Music! (43): Aquarela do Brasil

Hoje, o presidente americano vai discursar no Theatro Municipal, no Rio de Janeiro, frustrando aqueles que queriam vê-lo num palanque no meio da rua, como se fosse um dos pelegos dos vários "partidos" que butinizam a nação.

Como o distinto não veio aqui para nos ajudar em nada, visto que ele e seus coleguinhas da OTAN não desejam perder o status que possuem no orbe, decidi homenagear a nós mesmos com uma música-símbolo que retornará como uma ode de orgulho ao que somos e seremos.

Para aqueles que acham isso um exagero ou ufanismo insano, aguardem os próximos anos sem perder o foco no que já acontece de positivo HOJE.

Para nós, brasileiros de todos os matizes, Aquarela do Brasil!











sábado, 19 de março de 2011

EXTRA! INOVA Design Fundamental no VWBPE

Devido a nossa atividade de extensão hoje, ao visitarmos a exposição "O Mundo Mágico de M.C. Escher, e  a alguns contratempos ocorridos durante o evento, infelizmente não pude comparecer à minha palestra no Virtual Worlds Best Practices in Education.

Mesmo assim, peço licença aos meus queridos leitores para trocar a nossa coluna semanal de humor, a Birinight Oil, por uma coletânea dos vídeos do Projeto INOVA Design Fundamental que seriam apresentados na minha palestra, cujo tema estava relacionado com o uso de videocasts em Machinima e o OpenSimulator no ensino de Design, experiência que vem sendo desenvolvida no Curso de Design do UniFOA - Centro Universitário de Volta Redonda.

A seguir, as produções feitas por mim e/ou pelos designers em formação do nosso curso:

Crie!

CRIE! edição 000 (piloto) from Marcos Archanjo on Vimeo.

Esteticaolho

Esteticaolho - 00 (piloto) from Marcos Archanjo on Vimeo.

Papo para Designer

Papo para Designer from Marcos Archanjo on Vimeo.

Martelo do Archanjo

Martelo do Archanjo - 00 (piloto) from Marcos Archanjo on Vimeo.

Portifolio

Portifólio from Marcos Archanjo on Vimeo.

Pixels da História

Pixels da História - edição 000 (piloto) from Marcos Archanjo on Vimeo.



sexta-feira, 18 de março de 2011

O Outro Mundo (32): VWBPE 2011 + Exposição 8 de Nós

Continuamos com o congresso que envolve mundos virtuais e as melhores práticas educacionais, no Second Life.  Mas eu gostaria de dedicar o post de hoje para mostrar as fotos da palestra que eu e o professor Darwin Mota organizamos para os estudantes de Design do UniFOA - Centro Universitário de Volta Redonda, onde apresentamos o Projeto Yellow Submarine - Conclaves Criativos no Cyberespaço e a vernisage da exposição "8 de Nós", na Galeria Ice Caverns, no Second Life.

Abaixo, posto algumas fotos do evento e gostaria de agradecer à curadora da galeria, Simone Queiroga (aka Sunset Quinnell no Second Life) pelo convite e a oportunidade de apresentar o potencial desse mundo virtual para um auditório repleto com quase 100 alunos de todos os períodos do curso.

Aliás, amanhã, sábado, às 14 horas (horário de Brasília) Sunset vai estar no VWBPE apresentando a exposição e a sua trajetória vitoriosa de divulgação artística usando o metaverso do Second Life.  E às 16 horas será a minha vez, com machinimas e OpenSimulator no ensino de Design.

quinta-feira, 17 de março de 2011

Quinta Dobrada (02): VWBPE & Computadores Quânticos

A idéia (com acento, sou das antigas) de fazer uma dobradinha nas quintas parece que está agradando, embora ainda esteja no começo.  Então, para mostrar o potencial da proposta, posto hoje duas inovações muito interessantes: um congresso educacional realizado inteiramente dentro de um mundo virtual e a programação dos computadores quânticos, aqueles acepipes tecnológicos que devem abrilhantar o nosso futuro a médio prazo.



Virtual Worlds Best Practices in Education - VWBPE / 2011
Hoje começa o maior congresso educacional envolvendo mundos virtuais e as melhores práticas educacionais neles implementados. O Virtual Worlds Best Practices in Education começou como uma "aventura de pioneiros" e se transformou em um verdadeiro fórum mundial sobre o assunto, que reúne mais de 4 mil pessoas de vários países.

Brasil e Portugal, por suas atividades de vanguarda, conseguiram criar uma sessão exclusiva em língua portuguesa que contará com a minha presença, no sábado, das 16 às 17 horas, apresentando como vídeos em machinima e o OpenSimulator podem contribuir no processo de ensino-aprendizagem de Design.





O evento vai de 17 a 19 de março, em diferentes horários, sempre dentro do Second Life.  A seguir, a programação em língua portuguesa:

Sexta (18/03)
10 horas (Brasília) 5 am (SL)
Evento social na ilha Educação, com música etc. (prestigiem e espalhem, por favor)


Sábado (19/03)

8:00 (Brasília) 3 am (SL)
Luis Paulo (RL) prof homebuilder (SL)

O OBSUNI na Ilha da Educação

9:00 (Brasília) 4 am (SL)
Cilene A. Mainente Lora (RL) Cilene Violet (SL)
Romano Flow (SL) Romero Tori (RL)

Entendendo a nomenclatura ou ferramentas: o professor em um mundo virtual 3D


10:00 (Brasília) 5am (SL)
Andréa Corrêa Silva (RL) Aerdna Beaumont (SL)

Ae3D: conectando mundos virtuais a Ambientes Virtuais de Aprendizagem on-line


11:00 (Brasília) 6 am (SL)
Casimiro Pinto (RL) Campwater Piek (SL)
Paula Justiça (RL) PaulaJ Galicia (SL)
Adelina Silva (RL) Ams Rain (SL)

Utilização das Tic e do Sl no desenvolvimento de actividades Lúdico-Educativas


12:00 meio dia (Brasília) 7 am (SL)
Suzana Geudes Cardoso (RL) Lindinha Kamala (SL)

Web 2.0: regime de imersão e mediações interatores


13:00 (Brasília) 8 am (SL)
Eliane Schlemmer (RL) Violet Ladybird (SL)
Amarolinda Saccol (RL) Vida Scientist (SL)

O uso do Metaverso Second Life em programas de pós graduação em nível de mestrado e doutorado


14:00 (Brasília) 9 am (SL)
Simone Queiroga (RL) Sunset Quinnell (SL)

Exposição 8 DE NÓS


15:00 (Brasília) 10 am (SL)
Teresa Bettencourt (Portugal)

Experiências com o Second Life em Portugal


16:00 (Brasília) 11 am (SL)
Marcos Archanjo (RL) Archanjo Arcadia (SL)

INOVA Design Fundamental: Machinimas + Open Simulator no Ensino de Design


17:00 (Brasília) 12 pm (SL)
Luciano Miguel Barsotti (RL) Waartza Quixote (SL)

Reinventando o ensino de Inglês. Novamente.


18:00 (Brasília) 1 pm (SL)
Isa Seppi (RL) Janjii Rugani (SL)

Imersão em Peace_ Janjii’s Dreamland: experiências estéticas na Second life

(será uma experiência de imersão na ilha, com duração prevista de 2 horas, seguida de um evento social também na ilha - por favor, prestigiem e também divulguem)


Aproximadamente 20:00 (Brasília) 3 pm (SL)
Coquetel & Show Musical (com DJ) de Encerramento das Sessões em Língua Portuguesa



Quem vai programar os computadores quânticos?

Os promissores computadores quânticos estão se mostrando mais difíceis de serem conquistados do que se imaginava a princípio.  Por outro lado, uma vez construídos, parece que sua utilização será muito mais revolucionária do que se previa.

É comum referir-se aos computadores quânticos como uma nova geração, por assim dizer, de "super supercomputadores", capazes de fazer tudo o que os computadores clássicos atuais fazem, só que mais rapidamente.  Mas não é só isso. Os computadores quânticos estão para a computação clássicos assim como a mecânica quântica está para a mecânica clássica.  E coisas muito estranhas - mas extremamente úteis sob todos os aspectos - ocorrem no mundo quântico.

Em um computador clássico, o programador se preocupa em ver se cada bit tem valor 0 ou 1. Em um computador quântico um bit quântico, ou qubit, pode representar 0 e 1 ao mesmo tempo - dois qubits podem representar quatro valores simultaneamente, três qubits oito, e assim por diante.

Se, de um lado, inúmeras equipes ao redor do mundo estão tentando entender os princípios fundamentais que permitirão a construção dos processadores quânticos, algumas equipes já começam a se preocupar em como fazer programas para eles.  Só em 2009 foi construído o primeiro processador quântico programável - mas rodar algumas rotinas lógicas é uma coisa, e construir um algoritmo quântico completo é outra muito diferente.  Não é que a tarefa seja apenas difícil: ela parece desafiar a maneira comum de pensar.  Por exemplo, usando o fenômeno da superposição, cientistas demonstraram que um programa quântico pode encontrar uma informação em uma base de dados sem nem mesmo precisar rodar o programa.

E os computadores quânticos estão se tornando uma necessidade, conforme a ciência cresce em compreensão e usa cada vez mais intensamente os fenômenos em escala quântica.  A simulação de fenômenos quânticos - por meio da solução das equações de muitos corpos de Schrodinger - tem aplicações no desenvolvimento de novos medicamentos e no entendimento dos supercondutores, por exemplo.  Mas, usando os computadores atuais, as equações de muitos corpos de Schrodinger só podem ser resolvidas para não muitos corpos.

E os resultados são apenas aproximações, e os cientistas querem chegar mais perto nessas aproximações, e avançar para problemas mais complexos, por exemplo, tentando compreender a fotossíntese, de forma a criar mecanismos de fotossíntese artificial que poderão resolver o problema energético do mundo.

E computação quântica também não é computação paralela acelerada.  Há um problema fundamental quando se tenta simular a mecânica quântica em um computador clássico: o chamado "problema do sinal".  Nos cálculos da mecânica quântica, deve-se levar em conta não apenas as probabilidades, mas a amplitude das probabilidades - e essas amplitudes podem se tornar negativas.


Richard Feynman chamava tudo isso de "um problema maravilhoso":  "Eu não estou feliz com todas as análises que usam apenas a teoria clássica, porque a natureza não é clássica, caramba. E se você quiser fazer uma simulação da natureza, é melhor fazê-lo com a mecânica quântica, e, uau, isso é um problema maravilhoso, porque ele não parece nada fácil."

Agora, trinta anos depois dessa afirmação de Feynman, um grupo de físicos teóricos da Áustria, Canadá e Alemanha, demonstrou que, de fato, as alterações de um sistema quântico podem ser reproduzidas em um computador quântico universal.  Para isso, eles criaram uma versão quântica do clássico algoritmo clássico Metrópolis.  Esse algoritmo foi desenvolvido por Nicholas Metropolis em 1953 e permaneceu como uma curiosidade até o advento dos computadores.

A versão clássica do algoritmo de Metropolis utiliza mapas estocásticos que, ao longo de inúmeras iterações, convergem para um estado de equilíbrio. Incluído no chamado Método Monte Carlo, este é um dos algoritmos mais utilizados hoje na Física para obter os valores esperados de um sistema que se está simulando.

Para criar a versão quântica do algoritmo de Metropolis, a equipe usou apenas mapas completamente positivos, em vez de amplitudes de probabilidade. Isso traz problemas, como erros nos cálculos quando se introduzem transições de fase quânticas.

Ainda assim, a implementação do algoritmo quântico poderá ter aplicações importantes nos campos da química, da física da matéria condensada, da física de altas energias e também para resolver as equações de Schrodinger para sistemas mais complexos, nos quais interagem muitas partículas. "Ainda que uma implementação desse algoritmo para problemas quânticos de muitos corpos em larga escala esteja fora do alcance com os meios tecnológicos de hoje, o algoritmo é escalável para tamanhos de sistema que são interessantes para simulações físicas reais," afirmam os pesquisadores.

O que se deve destacar, contudo, é que o grupo demonstrou que o esforço para a construção do hardware dos computadores quânticos será bem pago: um computador quântico, usando esse algoritmo, poderá ser usado para resolver os "problemas maravilhosos" de Feynman exponencialmente mais rápido do que os computadores atuais.  E soluções completas para as equações de Schrodinger finalmente estarão ao alcance.  No futuro, o artigo que descreve a criação do Metropolis Quântico talvez seja lembrado como um marco na programação dos computadores quânticos.  O que nos faz perguntar: quem enfrentará o problema maravilhoso de programar os computadores quânticos? Ou de escrever um Assembly Quântico? Ou um C Quântico?  O fato é que Feynman parece continuar com a razão: não parece fácil.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O Design está aqui! (07): Palestra Lígia Fascioni & Projetos Criativos (parte 01)


O NDesign do Rio de Janeiro está chegando e os ânimos estão inflamados, afinal todos aguardam um encontro ainda melhor do que o realizado em Curitiba, no ano passado.  Então, para aquecer ainda mais a peleja, publico a seguir um vídeo de uma palestrante da "edição vitoriana" do RDesign, ou seja, a nossa edição regional que será em Vitória/ES.  E depois apresento alguns projetos super criativos, daqueles que facilmente encontram espaço no mercado e sucesso junto ao público.


Palestra Lígia Fascioni no RDesign de Vitória




Lígia Fascioni é especialista em Marketing, mestre em Automação e Controle Industrial e doutora em Engenharia de Produção na área de Gestão Integrada do Design. Atua como palestrante e consultora empresarial em gestão do design e identidade corporativa, objetivando solucionar o alinhamento entre a identidade, a imagem corporativa e o design.

Além de ministrar aulas em cursos de graduação e pós-graduação (MBA) em Marketing, Inovação e Design, Lígia publicou "Quem sua empresa pensa que é?" (2006), "O design do designer" (2007), "Atitude profissional: dicas para quem está começando" (2009) e "DNA Empresarial: identidade corporativa como referência estratégica" (2010).

Lígia ainda colabora com diversos sites e blogs sobre marketing e design, incluindo o "Acontecendo aqui" e o "Espaço design".



Projetos Criativos - Parte Um
Se você gostou dos pendrives que eu apresentei aqui nas últimas semanas, certamente vai apreciar - e se sentir inspirado - pelas traquinagens que posto a seguir.  Como sempre, minha recomendação é para apreciar sem moderação!



Essa escova de dentes fica de pé sozinha, bastando ser colocada sobre uma superfície horizontal.  Isso nos livra daqueles suportes horríveis e que não acomodam qualquer tipo de escova (experimente usar uma infantil, com a base mais grossa...).



Já que o assunto é a saúde bucal, que tal combater o desperdício com um tubo de pasta dental com abertura em ambos os lados?  Ajuda bastante a não ter que ficar entortando e espremendo a traquitana.



Essa solução, da família dos pendrives maluquetes, é bastante simples e uma maravilha para aqueles que, como eu, precisam ligar vários dispositivos USB no laptop, como mouse, teclado et cetera.



Taí o paraíso das costureiras e estilistas da alta costura: uma agulha que alarga o buraquinho por onde passa a linha quando submetida a pressão pelo usuário.  Nada como conseguir enxergar o lugar certo sem precisar de óculos, pois não?



Essa aqui eu já encomendei para uso doméstico, visto que sou adepto de escanhoar a face submerso em água fervente, oriunda de meu imenso chuveiro de aço escovado.  Dá para acompanhar o andamento do desmatamento sem precisar ficar usando o tato, como se fosse o Demolidor...



Outra maravilha doméstica que permite despejar o conteúdo picado de vários tipos de alimentos diretamente na panela sem derrubar nada pelas laterais.  Já encomendei o meu!



terça-feira, 15 de março de 2011

O Mundo do Futuro, hoje (40): Cérebro eletrônico emula um bilhão de neurônios

Que eu sou um fã incondicional de inovações tecnológicas todo mundo já sabe e o post abaixo só me faz ver que estamos mesmo surfando dentro de uma época de maravilhas, que os meios de comunicação ignoram solenemente, na sua jornada de deprimir o cidadão preguiçoso, aquele que singra entre os dois estados mais comuns do ser humano - a frustração e a distração - e não tentam fazer nada para melhorar.

Mas para nós, que buscamos a SATISFAÇÃO, a notícia a seguir é mais um aperitivo saboroso!







Cérebro eletrônico emula um bilhão de neurônios
Pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra, estão se preparando para começar a maior simulação já realizada de um verdadeiro "cérebro eletrônico."  A equipe do professor Steve Furber pretende simular um cérebro com 1 bilhão de neurônios, utilizando 50.000 microprocessadores simples e baratos.

Apesar das constantes comparações, cérebros e computadores funcionam segundo princípios muito diferentes. Além da comparação possível, de que os dois são "sistemas de processamento de informações", cérebros e computadores têm muito mais diferenças do que similaridades.

Do ponto de vista de seus circuitos básicos, o cérebro é lento e impreciso, mas também é flexível e capaz de corrigir falhas nas rotas de processamento. Já os computadores são rápidos e precisos, mas também são inflexíveis e incapazes de fazer algo para o qual não foram projetados.

"Os conjuntos de funções em que cada um deles é melhor não têm interseções. Eles parecem ser simplesmente tipos diferentes de sistemas," afirmam Furber e seu colega Steve Temple.  "Ainda assim, ao longo da curta história da computação, cientistas e engenheiros têm feito tentativas de fertilização cruzada, inserindo conceitos da neurobiologia na computação a fim de construir máquinas que possam operar de maneira mais parecida com o cérebro," afirmam eles.

Uma das maiores razões para isso é a capacidade de processamento em paralelo do cérebro. Outra é que o nosso "sistema de processamento de informação" biológico parece ser virtualmente à prova de falhas.

Para tentar imitar o cérebro, os cientistas vão começar tentando imitar os neurônios.  A IBM possui um projeto de emulação de neurônios baseado em software, que já permitiu a simulação do cérebro de um gato.  Mas os cientistas ingleses planejam implementar o seu cérebro eletrônico biologicamente inspirado por hardware.

Para isso, eles estão usando microprocessadores ARM (Advanced RISC Machine), uma arquitetura lançada nos anos 1980, mas que perdeu a corrida da computação para o padrão x86 da Intel.  Apesar do fracasso inicial, contudo, o chip ARM seguiu sua própria carreira, e hoje equipa a maioria dos telefones celulares e outros equipamentos móveis, que exigem um desempenho apenas razoável de processamento, mas que precisam gastar pouca energia.

Os 50.000 chips já estão encomendados e serão usados para construir o cérebro eletrônico batizado de Spinnaker - Spiking Neural Network Architecture, algo como arquitetura de rede neural por picos de tensão, em referência às sinapses, os "disparos" elétricos que fazem a comunicação entre os neurônios.
Embora tanto os circuitos eletrônicos no interior de um chip e os neurônios no cérebro comuniquem-se por meio de sinais elétricos, os fios de um chip só sabem conduzir a eletricidade, enquanto as conexões cerebrais servem a outras funções.

Cada sinapse, por exemplo, tem sua própria importância, ou peso, que varia conforme a rede neural aprende por meio do balanceamento dos diferentes sinais recebidos.  Para atribuir pesos, de forma dinâmica, a cada "sinapse" no interior do chip, os pesquisadores vão utilizar variações na tensão dos sinais que transitarão entre eles - daí a expressão "picos de tensão" no nome da arquitetura dos "neurônios eletrônicos".

Cada processador utilizado tem cerca de 100 Kbytes de memória interna, para lidar com suas próprias sinalizações.  Os pesos dinâmicos da rede neural serão controlados por uma outra memória, externa aos chips, com 128 Mbytes. São 20 núcleos ARM por chip, cada um capaz de modelar 1.000 neurônios. Com 20.000 neurônios por chip, as 50.000 unidades encomendadas a um fabricante de Taiwan serão capazes de simular 1 bilhão de neurônios.

O processamento equivalente ao que ocorre no neurônio biológico será feito dentro de cada núcleo, enquanto as sinapses, ou a conectividade dos axônios, serão representadas pelas mensagens trocadas entre os processadores, interligados em uma complexa estrutura toroidal.  Cada chip terá seis conexões bidirecionais, o que permitirá a criação de várias topologias de rede sem alteração do hardware.
O primeiro objetivo dos pesquisadores é fazer seu cérebro eletrônico aprender a controlar um braço robótico. No futuro, eles planejam fazê-lo aprender outras tarefas, objetivando o controle de um robô humanoide completo.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Brasil, o País do Presente (66): Laboratório de pesquisas marítimas

Findo o esquindô-lelê, voltamos ao mundo real e tocamos em frente o nosso barco, que aliás é um ótimo trocadilho para a notícia a seguir...

Brasil construirá laboratório marítimo em plataforma desativada

Uma das propostas em discussão é viabilizar a primeira plataforma oceânica brasileira, um laboratório em alto mar voltado para pesquisas científicas e tecnológicas.  A ideia foi apresentada aos pesquisadores pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, em simpósio promovido na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.

Estudos da Petrobras apontam para a possibilidade de aproveitamento da estrutura de plataformas de exploração de petróleo que estão sendo desativadas pela companhia, que podem ser convertidas para laboratórios científicos.  No laboratório serão feitas pesquisas marinhas de alto nível relacionadas às correntes oceânicas, vida marinha, biotecnologia e geologia, sobretudo geologia do petróleo, em apoio à exploração do pré-sal.

As discussões foram desenvolvidas a partir de três vertentes: Pesquisa e Desenvolvimento, Recursos Humanos e Aspectos Institucionais e Logística.  Ao final dos debates, o grupo chegou ao consenso de que um laboratório oceânico dessa natureza é importante para alavancar as pesquisas oceanográficas no Brasil, sendo um grande investimento, tanto do ponto de vista político-estratégico quanto científico.

Os cientistas prepararam uma série de sugestões, que serão apresentadas ao ministro como subsídio para desenvolvimento de pesquisas, formação e capacitação de recursos humanos em Ciências do Mar, utilizando a Plataforma Oceânica como base para os avanços das pesquisas.

Outra iniciativa para facilitar a coleta de dados sobre o mar é o Projeto Pirata, implantado desde 1997.  Trata-se de uma cooperação entre Brasil, Estados Unidos e França, que trabalha com um conjunto de boias oceânicas ancoradas no Atlântico Tropical, tendo no Brasil a coordenação do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais), em parceria com a Marinha.

Os equipamentos mantêm registros diários dos valores de temperatura, de salinidade e de precipitação, dados utilizados para o estudo do clima e do oceano. "Essas boias são essenciais para entendermos de que forma o Oceano Atlântico Tropical afeta o clima do Brasil", ressalta o pesquisador titular do Inpe, Paulo Nobre.

O especialista reforça que o conhecimento na área é importante para se entender a influência do mar em ocorrências como grandes secas e inundações, cada vez mais intensas no País. "Essa variabilidade do clima sobre o Brasil é muito impactada pela dinâmica do Oceano Atlântico. O Oceano Atlântico era, até então, recentemente, um vazio de dados e de conhecimento, então essas boias visam sanar essa falta," sustenta.

Os dados são coletados pelas boias a cada hora e transmitidos por satélites brasileiros e europeus. As informações são processadas e disponibilizadas na internet, na página do Inpe e de outras instituições nos Estados Unidos e na França, e enviadas a centros de meteorologia para serem utilizados para as previsões de tempo e de clima.

No Brasil, o projeto é estruturado através do Comitê Nacional do Projeto Pirata, que conta com a presidência do Inpe e a participação da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), entre outros.


A novidade é que o Projeto Pirata começa a trabalhar na consolidação e capacitação dos laboratórios de calibração de sensores na construção das boias no Brasil.  "Esse é um processo que, até então, vinha sendo feito pela NOAA (na sigla em inglês - Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) nos Estados Unidos, e agora nós estamos dando mais esse passo que é para que todo o processo das boias - coleta dos dados, retirada anual do mar para calibrações - sejam feitas no Brasil", informa Nobre.  Os novos rumos do projeto, os investimentos e a operacionalização também já foram discutidos em uma outra reunião no Ministério da Ciência e Tecnologia.

domingo, 13 de março de 2011

It's Music! (42): Karma Chameleon

Domingo de pós Carnaval! Vamos botar a fantasia e, tal qual um camaleão, sair por ahy flanando entre um bloco e outro da Cidade Maravilhosa!

Para ilustrar uma data tão festiva, Culture Club nos brinda com seu sucesso Karma Chameleon.  Dá play no 3-em-1 e aproveite vous!

sábado, 12 de março de 2011

Birinight Oil (40): Ariadna e Roberta Close trocam farpas

Já que a galera gostou do post do sábado passado, eis aqui mais uma charge brilhante do Alpino sobre os transsexuais que estão na boca (ôpa!) do polvo, digo, povo...

quinta-feira, 10 de março de 2011

Quinta Dobrada (01): Qual é o seu sonho? & Borboleta artificial

Queridos leitores, eu me rendo!

Não tem como eu dar conta de tantas informações fantásticas, inovadoras e positivas no ritmo atual.  Estou repensando em como dar continuidade às postagens desse blog de modo que possamos contemplar o máximo possível de imputs úteis com o objetivo de fomentar (ao menos entre os meus designers em formação do UniFOA) a geração de inovações e de transformar positivamente a sociedade brasileira.

Para tentar aliviar um pouco a pressão nas caldeiras, inicio hoje uma nova aventura.  Trata-se, como diz o título, da "Quinta Dobrada", ou seja, vou publicar uma notícia sobre inovação tecnológica, que já fazia parte da programação deste dia, e mais uma sobre algum assunto criativo que nos faça pensar, refletir, aprontar a maior traquinagem do planeta!

Para abrir os trabalhos, vamos falar sobre sonhar e empreender no Brasil e de uma borboleta artificial criada por cientistas japoneses.  Ao ataque!!!


Qual é o seu sonho?
Pergunte isso a si mesmo e a quem está a sua volta –e você contribuirá para liberar o empreendedorismo à brasileira. Na opinião de Fernando Dolabela, um dos maiores especialistas da área no País, somos empreendedores desde o Brasil Colônia e nos sobra a criatividade tão necessária, mas nosso empreender é reprimido. Precisamos estimular nossos mapas de sonhos.


O Brasil é o sexto país mais empreendedor do mundo, segundo o ranking 2009 do Global Entrepreneurship Monitor (GEM), e, pela primeira vez, o empreendedorismo por oportunidade superou o feito por necessidade, o que mostra uma pró-atividade de empreender. 

Então, empreendedorismo pode ser visto como uma característica da gestão brasileira?
Sim e não. Existem a capacidade de sonhar, e um grande potencial de criatividade reconhecido na população em geral, mas não há um estímulo cultural a isso. Fernando Dolabela, professor da Fundação Dom Cabral, que rejeita modelos importados de empreendedorismo, busca implantar um empreendedorismo à brasileira justamente com um esforço de construção cultural. Para Dolabela, o movimento precisa entrar obrigatoriamente na pauta dos brasileiros, para reverter uma cultura nacional que, muitas vezes, rejeita e sabota os sonhos –e, por tabela, o empreendedorismo.

Sem empreendedorismo, vale dizer, reduzem-se as chances de o País inovar. “Apesar de produzirmos 10 mil doutores e 40 mil mestres por ano, eles pouco transformam conhecimento em riqueza. Só o empreendedorismo pode virar esse jogo “, diz, o especialista, nesta entrevista especialmente preparada para o portal Brasil – Presença na Gestão que Dá Certo.

Quão empreendedores somos no Brasil? Por que não conseguimos ter uma instituição tão pró-empreendedores como o Babson College norte-americano?
Somos sonhadores, o que é fundamental, mas ainda nos falta cultura empreendedora que estimule sonhos. Quando comecei a estudar empreendedorismo, em 1992, a palavra era quase um “palavrão” e, em certos órgãos públicos, até hoje é. Numa palestra que fiz em um deles, a diretora me alertou: “Não use a palavra ‘empreendedor’”. Esta subverteria os funcionários, que sairiam de lá “pensando em fazer coisas por conta própria”. E a rejeição vem de várias fontes.

A universidade continua a ser uma fonte de rejeição importante. A excelência de ensino superior no Brasil, que é a universidade pública –ideologicamente de esquerda–, renega o mercado e, portanto, o empreendedorismo. Muitos jovens querem, como meta máxima, ser servidores públicos.


Mas há empreendedorismo onde a esquerda é forte, como a Itália…
Lógico, só a velha esquerda rejeita tudo vindo do mercado; tornou-se a velha direita. A nova esquerda aprendeu com o fracasso da Rússia, entendeu que inibir sonhos significa inibir o futuro. Essa nova esquerda sabe que governos só geram custos e que a riqueza é gerada pelas empresas. A região da Emilia-Romagna, na Itália, durante cinco décadas ou mais governada pelos comunistas, é um dos exemplos mundiais mais vibrantes de empreendedorismo.

Agora, diga-se, a rejeição começa bem antes da universidade; na escola e em casa. Quando chega à universidade, o jovem está culturalmente pronto, já assimilou as características –negativas e positivas– de sua cultura. Aqui, assimilou a rejeição ao risco e à incerteza, a ausência de vontade de ser protagonista.


Você está dizendo que nossa cultura sabota o empreendedorismo…
Sim. Quando os estudos indicam que empreendedorismo é um tema cultural, isso significa que é vinculado a valores e não um tema cognitivo, acadêmico-científico. Empreendedorismo é forma de ver o mundo, estrutura de relações com as pessoas. O Brasil como instituição inibe o grande potencial de criatividade da população, impedindo-a de empreender.   A capacidade de sonhar e de transformar o sonho em realidade é aplacada pela autocracia secular que tira a autoestima das pessoas.


Como explicar “sonho” neste contexto?
A aventura do empreendedor é conceber o futuro e transformá-lo em realidade, o que é sinônimo de sonho. E, assim, transformá-lo em riqueza. Descobri, empiricamente, que a pergunta “Qual é seu sonho?”, quase não é feita aqui. Em regra, nem pela mãe, nem pelo pai – preocupados com a segurança do filho, eles dizem “Passe no concurso”-, nem pelo professor, líder político, chefe… Por ninguém! Sonhar é perigoso. Qualquer um que abrir o campo para o sonho está abrindo a perspectiva de ausência de controle, porque sonhos não são controláveis. Por isso não adianta importar modelo de empreendedorismo. Falta-nos a base.


Isso é reversível?
O único jeito de revertê-lo é fazer com que as crianças se permitam sonhar, antes de a cultura se cristalizar nelas. Essa é a proposta da minha pedagogia empreendedora, que levo há cerca de oito anos às escolas. Só que há mais uma má notícia, pelo menos para o público do portal HSM: a escola particular está mais atrasada nesse processo que a pública, desconectada de uma visão de desenvolvimento sustentável.

Eu supunha que acolheria a educação empreendedora, mas, no dia a dia, vi o contrário. Já implementei minha pedagogia empreendedora em 2 mil escolas e apenas três destas eram particulares. A escola particular não consegue conferir qualquer prioridade ao empreendedorismo; na pública, pelo menos, empreendedorismo é questão de sobrevivência.


Você implantou o método em 2 mil escolas… Quantas faltam, por curiosidade?
São escolas de 126 cidades –cada escola é um multiplicador disso na cidade. Considerando que o Brasil tem 5.650 cidades, faltam “apenas” 5.524 [risos].


Explique como é sua metodologia.
Nela, a emoção, afastada do trabalho pelo modelo industrialista, reassume sua importância. O potencial empreendedor, presente em todo ser humano, é disparado pela emoção. Sem ela, não há forma de desenvolver o protagonismo, a criatividade e a perseverança, os três elementos cruciais ao empreendedorismo; a razão vem em seguida, para estruturar o caminho apontado pela emoção. Por esse motivo, os meus livros didáticos são histórias, romances: é a melhor forma de descrever o estilo de vida empreendedor.


Preparo professores para iniciar sua relação com os alunos por meio de duas perguntas:

1) “Qual é seu sonho?”; 2) “O que você fará para transformá-lo em realidade?”.

Essas duas perguntas são o eixo da metodologia. Não são feitas no ensino convencional, que entrega tudo pronto ao aluno –um contrassenso, porque empreendedorismo trata de futuro, para o qual ainda não há respostas.

A partir daí os alunos começam a agir (empreendedorismo é pura ação) e trabalham mapas de sonhos, planos de negócios etc. Mas tudo isso requer mudança dos professores, a começar pelo fato de que sonho e empreendimento não podem ser avaliados de fora, mas somente pelo próprio autor.


E como você ensina empreendedorismo em suas oficinas para jovens?
Falo em sonho também, mas trabalho os elementos de suporte, que são basicamente quatro:

1) Conceito de si. Todo empreendedor necessita muito de autoconhecimento para ter consciência do que sabe e, principalmente, do que não sabe. Assim, consegue construir complementaridades e buscar colaboradores.

2) Conhecimento do setor visado. Esse é o elemento central. Somente entendendo bem o ambiente de negócios ele poderá identificar oportunidades (clientes, concorrentes, ciclo de vida, legislação, tendências etc.), e sua ausência é causa constante de falências.

3) Rede de relações. É preciso aprender a construir uma rede de pessoas que ajude a conhecer o ambiente e a concretizar o sonho.

4) Capacidade de liderança. O desenvolvimento desta é fundamental tanto para convencer um investidor a apostar no sonho como para transmiti-lo e seduzir pessoas a acompanhá-lo.


Além de tachado de direitista, você não pode ser acusado de messiânico?
Sonho parece coisa de messias, sim, mas tenho a meu favor o fato de que a relação entre empreendedorismo e desenvolvimento é a maior verdade prática que existe, ainda que comprovada recentemente. Foi só na década de 1970 que os economistas norte-americanos se deram conta de que as pequenas empresas geravam mais empregos que as grandes; ficaram perplexos.

O empreendedorismo era um não assunto na academia. O [Joseph] Schumpeter, que só agora é reconhecido para valer, foi o primeiro a pôr o empreendedorismo sob os holofotes, quando afirmou que a inovação é a grande propulsora da economia. De lá para cá, diversos estudos comprovaram a relação entre empreendedorismo, desenvolvimento e qualidade de vida.


Essa cultura antiempreendedorismo é histórica no Brasil? Ou tem data recente?
Autores dos extremos ideológicos, de Caio Prado, com sua linha aristotélico-marxista, a Oliveira Viana, visto como sendo de direita, sempre afirmaram que o Brasil foi gerado na época colonial pela combinação de senhor e escravo, com economia baseada na exportação –o Brasil servo de outros mercados– e, portanto, sem empreendedorismo. Mas isso começa a ser revisto desde que foi lançado, no final de 2009, o livro História do Brasil com Empreendedores. Jorge Caldeira diz: “Havia um protoempreendedor no Brasil colonial, daí nosso PIB maior que o português”.


Se a releitura chegar à escola… o que Schumpeter diz do empreendedor?
Quando alguém inova, muda o mercado e as empresas se adaptam, subindo ao novo patamar da inovação. Só que muitas delas saem do jogo aí e ele chama a isso “destruição criativa”. Schumpeter diz que o novo sempre substitui o velho –o empreendedorismo é o novo.



Você acha que o período de regime militar piorou a situação?
Uma das principais ferramentas do empreendedor é a informação (ele tem de saber sobre mercados, concorrentes, fontes de matéria-prima, tendências, fontes de capital, projetos governamentais etc.) e ele a tem na democracia, não em ditaduras. Crescimento econômico acontece também em ditaduras, mas, se olharmos o mundo hoje, veremos que crescimento com qualidade de vida está visceralmente associado à democracia e à liberdade de empreender. O empreendedor real nunca é o estado, mas a sociedade civil, única que tem as condições necessárias: dinheiro, competência de gestão, capacidade de inovação.


Mas a tão empreendedora China é ditadura… É um paradoxo?
A China não é um modelo sustentável no longo prazo. Para continuar crescendo, ela vai ter de aumentar a educação e, ao fazê-lo, vai ter reivindicações de liberdade e justiça social. A China leva ao pé da letra o que o Ocidente sempre fez: transformar as pessoas em mais um fator de produção. O empreendedorismo vai frontalmente contra isso. Na própria Ásia não faltam exemplos: Singapura, Coreia do sul e Japão, que têm os pilares da democracia e elevado empreendedorismo, exibem altíssima qualidade de vida.


Então, por que o GEM já apontou o Japão na lanterninha da atividade empreendedora, e o Brasil está lá na frente, ao lado de Uganda e Bolívia?
Há muitas sutilezas nas métricas, por isso devem ser vistas com espírito crítico. Há estudos que indicam que, quanto maior foi o crescimento econômico de uma cidade, menor foi a taxa de empreendedorismo, por exemplo. A explicação é que as grandes empresas, que estão crescendo, oferecem um emprego razoável melhor do que a atividade do pequeno empreendedor. Isso é o que acontece no Japão.


Só que, quando o emprego é uma ideia cada vez mais abstrata, não basta…
Fato. O emprego é um conceito mal desenvolvido, cada vez mais percebido como provisório. É mera evolução da escravatura. Até a expressão mercado de trabalho vem de mercado de escravos; o patrão de hoje é o senhor de ontem. A relação de trabalho, na essência, é desequilibrada, porque não é uma relação social; tanto que máquinas substituem homens. O próprio Peter Drucker dizia, referindo-se a empregados de alto nível, que eles tendem a não se deixar subornar por ofertas de altos salários, fringe benefits, stock options; vão querer ser donos dos negócios.


Até agora falamos do espírito empreendedor. O que dizer sobre o capital empreendedor no Brasil?
É um problemão. Como diz o economista Mohamed Yunus, o dinheiro é um direito do ser humano do mesmo nível que alimentação, escola e moradia. No Brasil, o capital sempre foi voltado para as grandes empresas e até hoje, de alguma forma, é assim. Os investidores de risco vêm se multiplicando nos últimos oito anos, mas têm menos opções de investimento do que desejam, por falta de bons planos de negócios, e acabam focando as empresas-estrela.


O ambiente é mais propício do que foi…
Sim, um avanço é o trabalho de uma organização como a Endeavor, por exemplo. Mas, por todos os rankings, o Brasil ainda não é propício aos empreendedores. Em inovação, é pior: a associação de pesquisa das empresas inovadoras tem um dado segundo o qual só 0,26% das brasileiras são inovadoras. Até em intraempreendedorismo, que remete a empreender dentro das empresas e se reflete em ação inovadora, somos fracos: conforme o GEM, só 6% dos empregados inovam no Brasil –e é um cálculo otimista.


Suspeito que o intraempreendedor seja ainda mais raro. Estou errada?
Ele existe no discurso. O sistema de poder corporativo, baseado em comando e controle, imunizou-se contra ele, porque quem inova pode “atropelar” o chefe, o que é inconveniente.


Como isso pode mudar nas empresas?
Mudará quando elas forem horizontais e derem aos funcionários liberdade e “espaço de si”, para que se sintam à vontade. O Google é uma que dá esse espaço. A hierarquia é útil em estruturas como uma linha de produção, quando se quer ganhar escala, mas lima a capacidade de inovar.


Alguém já lhe perguntou sobre qual é seu sonho?
Possivelmente não, porque a cultura brasileira amarra as pessoas ao tempo presente, em vez de libertá-las para o futuro, representado pelo sonho. A melhor chance de desenvolvermos um empreendedorismo brasileiro é ensinar a sonhar.  Uma das principais ferramentas do empreendedor é a informação e ele a tem na democracia, não em ditaduras.

Consultor e professor da Fundação Dom Cabral, Fernando Dolabela é considerado um dos maiores especialistas em empreendedorismo no Brasil. Publicou 11 livros sobre o assunto, entre os quais O Segredo de Luisa [Ed.Sextante], de 1999, em forma de ficção, reconhecido como o maior best-seller brasileiro na área, com mais de 100 mil exemplares vendidos.

Dolabela também criou alguns dos maiores programas de educação empreendedora do Brasil, da universidade à educação infantil. Suas metodologias de ensino são consideradas bastante inovadoras por tratarem empreendedorismo sobretudo como uma função do sonho e das emoções –conforme ele explica nesta entrevista- e, no sentido econômico, como instrumento de desenvolvimento sustentável e justiça social.

Sua metodologia Oficina do Empreendedor, por exemplo, já implementada em cerca de 400 instituições de ensino superior, atinge cerca de 4 mil professores e 200 mil alunos por ano.

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Em maio, teremos um Workshop de Biomimética (também conhecido como Biônica), no qual levaremos designers em formação do UniFOA para o Parque Nacional de Itatiaia para estudar como analisar formações naturais e aplicá-las em projetos de Design para gerar inovações.  O texto a seguir mostra como os japoneses estão lidando com o tema e o quanto podemos aprender neste sentido.

Cientistas japoneses criam borboleta artificial capaz de voar
Um grupo de pesquisadores japoneses construiu uma réplica totalmente funcional de uma borboleta rabo-de-andorinha, incluindo a capacidade de voar.  O microavião é classificado na classe dos ornitópteros, veículos que voam imitando o movimento natural das asas de insetos ou pássaros.

Entre os vários tipos de borboletas, as rabo-de-andorinha destacam-se por apresentarem uma área das asas em relação à sua massa corporal muito maior do que a de qualquer outra borboleta. Combinado essa grande área com o movimento das asas dianteiras sobrepostas, o animal consegue voar batendo as asas em uma frequência relativamente baixa e com um curso muito restrito.

Desta forma, as borboletas rabo-de-andorinha têm uma capacidade limitada de controle ativo sobre a força aerodinâmica das suas asas.  Seu movimento corporal é resultado de uma reação passiva ao simples movimento de bater as asas, e não - como em outros tipos de borboletas - de uma reação ativa à aerodinâmica.  Ou, pelo menos, esta é a teoria.

Felizmente essas características facilitam a imitação do movimento do animal por um avião robô, uma vez que o movimento é mais simples e o bater suave das asas consome pouca energia.  E o grupo de pesquisadores japoneses pode comprovar que sua teoria estava certa, ou seja, que o animal consegue voar para a frente usando tão-somente o suave bater de asas, sem nenhum outro movimento ativo do corpo.
Os cientistas construíram seu ornitóptero com as mesmas dimensões de uma borboleta rabo-de-andorinha real, reproduzindo o formato e até mesmo os finos veios que permeiam a membrana de suas asas.

O voo do microavião ainda não seria suficiente para fazê-lo ganhar uma corrida aérea de uma borboleta real, mas o protótipo serviu apenas para demonstrar o conceito e comprovar que a teoria do voo simplificado está correta.  Usando um software de análise de movimento, os pesquisadores foram capazes de monitorar o desempenho aerodinâmico do ornitóptero, demonstrando que o voo pode ser feito com os movimentos simples de bater das asas, sem controle de feedback.

Esse modelo agora poderá ser aplicado em outros sistemas aerodinâmicos de veículos com outras dimensões e que utilizem mecanismos alternativos de bater as asas.

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E então, designers em formação?  Vamos analisar mais a fundo esses dois assuntos de hoje e mandar brasa no nosso workshop, em maio?

SEM LIMITES PARA ENSINAR / MOYA - ESCOLA DE AVENTURA

CRIATIVO E INQUIETO (uma combinação muito interessante...) Quando eu me mudei do Rio de Janeiro para Brasília, em 2016 , imaginava ...